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Cadê a motivação que estava aqui?
17 de agosto / 2021
Por que manter-se motivado tem sido um dos grandes desafios em tempos de pandemia? Estudar, trabalhar e praticar exercícios de repente se tornaram tarefas solitárias e, para muita gente, difíceis de serem concluídas. Mas, dá para mudar isso e é menos complicado do que parece.
Março de 2020, comecinho da quarentena. Naquela época, muita gente aproveitou o tempo em casa para arrumar armários, consertar coisas quebradas ou colocar a leitura em dia. Aí vieram as lives e os cursos online. Na sequência, chegaram os aplicativos de ginástica para fazer em casa, qualquer coisa que ajudasse o tempo a passar mais rápido.
Até que, finalmente, conforme as semanas avançavam, ficou claro que não haveria um desfecho próximo daquele cenário e a vida precisava voltar ao normal. Mas, que normal? A pandemia mudou tudo. Um novo cotidiano estava diante de todos nós. O trabalho, os estudos, a dieta. Tudo estava ali, precisando de uma atitude, um novo primeiro passo. Mas, e motivação para isso?
A energia para as tarefas cotidianas ficou naquele mundo pré-pandemia, que não existe mais. E isso é compreensível.
O psicólogo Lucas Bifano revela que a incerteza sobre o fim desse período conturbado, a ausência do convívio social (da forma a que estávamos acostumados) e a falta de controle com essa situação é o que faz com que nos sintamos desestimulados. “Nós não podemos ir e vir como antigamente, nem ver, abraçar e estar com pessoas que amamos. E, mesmo cumprindo nossas obrigações com relação ao estudo e trabalho, mesmo dando o nosso máximo, tudo acaba se arrastando, mesmo que a gente não perceba”, explica.
E é preciso entender que ‘dar o nosso máximo’ nem sempre vai ser tão bom quanto gostaríamos e tudo bem. Bifano ressalta que temos que fazer o que está ao nosso alcance para aquele momento específico. “Se em determinado momento do dia, não estamos rendendo e a demanda não é urgente, vale tirar o foco daquilo que está sendo feito e tentar, de alguma maneira, dar uma desligada. Um tempo depois, voltar para concluir a tarefa com mais tranquilidade”, conta.
Não está fácil para ninguém, mas para alguns está pior
O psicólogo diz que em alguns casos, a falta de motivação pode ser um sinal de alerta para algo mais sério, como depressão ou ansiedade. É essencial perceber se é algo fora da normalidade e se é hora de buscar ajuda profissional. “Se por acaso percebermos que chegamos ao ponto de deixar de realizar nossos afazeres por realmente não estarmos dando conta, é muito importante procurar ajuda profissional”, explica.
E não se cobre muito, pois segundo Bifano, todos estamos sendo afetados de alguma forma pela pandemia. “O que podemos fazer é criar mecanismos para diminuir os prejuízos causados por tudo isso que está acontecendo a nossa volta. Perdemos um pouco o controle sobre áreas importantes que influenciam diretamente nosso bem-estar”, diz.
A boa notícia é que dá para melhorar
Em primeiro lugar, avalie de onde vem a sua falta de motivação e, se necessário, procure ajuda médica especializada. Entretanto, se o seu desânimo vem da sua rotina, Lucas Bifano dá dicas para reverter a situação: técnicas de relaxamento, sono de qualidade, alimentação equilibrada, atividade física, meditação e atividades que tragam algum tipo de prazer podem ajudar.
Outra sugestão para manter a motivação diante de atividades do cotidiano é criar pequenas metas diárias. “Quando conseguimos cumprir nossos afazeres, aumentamos os níveis de motivação”, esclarece. Mas ele lembra que essas metas devem ser possíveis de serem realizadas, para não gerarem o efeito contrário: a frustração. Permitir-se pequenos prazeres também ajuda. Faça algo gostoso e diferente para comer durante a semana, assista um filme, leia livros ou ouça as suas músicas prediletas.
O psicólogo diz ainda que vale investir em autoconhecimento. “A partir do momento que nos observamos e entendemos como reagimos diante do que está acontecendo, somos capazes de reconhecer e mudar quando estamos em situações desestimulantes”, explica.
E o que mais?
É possível trazer de volta a motivação que ficou para trás com essas dicas práticas de Lucas Bifano:
Coloque organização na sua rotina |
Trabalhar de casa pode nos levar a assumir um estilo de vida um pouco letárgico e cheio de pensamentos negativos, falta de criatividade e sentimentos de autodesvalorização. Organizar sua rotina traz sensação de controle — algo muito benéfico nas circunstâncias atuais. Ter um horário definido até para atividades como se levantar e sair para caminhar pode trazer uma sensação de renovação e vigor. E isso pode ajudar a aumentar a motivação e o ânimo na hora de se sentar para trabalhar mais tarde.
Defina objetivos para suas tarefas |
Começar uma atividade física, um novo trabalho, aprender a tocar um instrumento…Pequena ou grande, seja qual for a sua tarefa, coloque recompensas em tudo que deseja realizar. Iniciar qualquer tipo de projeto que tenha uma recompensa bem definida pode fazer com que fiquemos mais motivados. Na prática, pequenas conquistas aumentam a confiança e ativam o circuito de recompensas do cérebro, liberando substâncias químicas que nos dão essa sensação de conquista e nos mantém estimulados.
Realize algumas mudanças que tragam novidades à nossa rotina |
Assistir a um bom filme no final do dia, fazer uma caminhada (seguindo os protocolos de segurança, claro) e aproveitar para contemplar o sol pela manhã ou o entardecer, se arriscar na cozinha para montar um prato gostoso. Incluir pequenos prazeres no dia a dia ajudam a sair do estado de desmotivação.
Ajude a quem precisa |
Fazer algo por outras pessoas também faz com que nos sintamos mais motivados. Deixar de pensar apenas nos próprios problemas e tentar melhorar a vida de alguém, ajuda, e muito, a nossa saúde mental;
Dizer como está se sentindo |
Converse com pessoas próximas e seja sincero sobre o que você sente. Desabafe. Isso certamente fará com que você se sinta melhor.
Fonte: vidasimples.co | Por: Gisela Garcia
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