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Coronavírus. Como segurar a ansiedade diante de tanta informação?

17 de março / 2020

O fluxo de informações e a incerteza a respeito do novo coronavírus podem despertar sentimentos de ansiedade e angústia da notícia em muitas pessoas. Mas é possível lidar com esses sentimentos para que eles não se tornem um problema capaz de gerar efeitos que durarão bem mais do que a própria pandemia.
O que fazer para manter a sanidade mental e não surtar?

Pare, respire, encontre o que fazer
Para começar, vamos assumir que essa é uma situação completamente atípica e que foge ao nosso controle. Por isso mesmo, é normal sentirmos medo: ainda não sabemos exatamente como o vírus se comporta nem como vai ser o cenário no Brasil. Diante dessa expectativa, o melhor então é voltar-se para dentro e pensar: o que posso fazer? Tornar-se útil nesses momentos é uma boa medida para reduzir a sensação de impotência e ainda encontrar um sentido no meio de todo o caos. Um exemplo é se oferecer para fazer compras para os idosos, que nesse momento precisam ficar em casa para se proteger.

Tente manter a normalidade
Com o isolamento imposto para conter o avanço do vírus, sabemos que a vida está prestes a mudar bastante. Mas é preciso tentar manter uma certa normalidade dentro dessa rotina anormal. Continuar fazendo as refeições, lendo e se informando, conversando com pessoas mais próximas, se exercitando e trabalhando de casa, quando tiver esta condição. O importante é admitir que serão tempos difíceis e que a rotina vai ter de ser alterada de alguma forma. Isso não significa, no entanto, entrar em pânico.

Treine a resiliência
Capacidade de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas: a definição de resiliência cai muito bem para esse momento que estamos vivendo. Isso quer dizer olhar o problema de frente e pensar em formas de lidar com ele até que a situação melhore.

Não se isole emocionalmente
O ser humano é uma “criatura” social. Ficar isolado pode ser bastante complicado e agravar a ansiedade e o estresse do momento. Por isso, tente manter contato com as pessoas queridas, como amigos e familiares. As redes sociais podem ajudar nessa tarefa, fazendo com que as pessoas consigam interagir sem estar fisicamente presentes.

Filtre as informações
Já era esperado que, em uma sociedade tão conectada como a nossa, o fluxo de informações seria imenso. Para não entrar em parafuso com o volume de dados que chega a todo momento, o melhor é filtrar. Isso significa escolher alguns veículos de confiança para se informar e evitar compartilhar mensagens das quais você não sabe a procedência ou a fonte. Isso vale também para aquele momento de angústia em que decidimos expor esse sentimento nas redes sociais. Se bater o desespero é melhor buscar suporte emocional da rede de apoio social, ou seja, na família e nos amigos.

Se estiver sofrendo, busque ajuda
Pessoas que já sofrem de transtornos mentais, como depressão, ansiedade e transtorno bipolar, tendem a experimentar um agravamento de sintomas e podem experimentar sintomas como falta de ar se estiverem vivenciando um ataque de pânico. Se isso acontecer, é importante não sofrer sozinho e buscar ajuda com um médico de confiança ou seu psicólogo, para que seja avaliada a necessidade de medicamentos ou outras medidas terapêuticas.

Manter-se sereno e alerta é a atitude a ser tomada neste momento.

Fonte: Uol |VivaBem

Participam da matéria: Dorli Kamkhagi, psicóloga e psicanalista do Laboratório de Neurociências do IPq (Instituto de Psiquiatria) do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). Rodrigo Leite, pisquiatra coordenador dos Ambulatórios do IPq (Instituto de Psiquiatria) da USP (Universidade de São Paulo).

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